Quando pensamos em desenvolvimento emocional, muitas vezes imaginamos que ele acontece apenas nos primeiros anos da infância. Mas, segundo Freud, duas fases posteriores — Latência e Genital — têm um papel essencial na construção da maturidade afetiva e relacional.
Essas etapas não apenas completam a teoria do desenvolvimento psicossexual, mas também revelam como as bases emocionais construídas na infância começam a se manifestar no mundo externo: nas amizades, nas responsabilidades e, mais adiante, nos relacionamentos amorosos e vínculos afetivos.
Fase de Latência (dos 6 aos 12 anos)
Nesta fase, a energia emocional da criança passa por uma transição importante:
Ela sai de si e se volta para o mundo. A sexualidade entra em estado de “adormecimento” psíquico, permitindo que outras áreas se desenvolvam com mais força: o intelecto, as habilidades sociais, o senso de justiça e pertencimento.
O que a criança precisa nessa fase:
– Estímulos intelectuais e criativos
– Convivência com amigos e grupos sociais
– Apoio para desenvolver empatia e lidar com regras
– Reconhecimento das conquistas
É aqui que os valores e o senso de ética começam a se estruturar.
E quando essa fase é vivida com equilíbrio — sem adultização precoce, isolamento ou cobranças desproporcionais — a criança floresce emocionalmente, desenvolvendo um forte senso de identidade social.
Fase Genital (a partir da adolescência)
A adolescência marca o início da Fase Genital, quando a energia sexual retorna com mais intensidade — mas agora direcionada a vínculos reais e afetivos com o outro. Já não se trata apenas do corpo, mas da capacidade de integrar desejo, afeto, responsabilidade e empatia.
#### **O adolescente começa a:**
– Questionar quem é e o que sente
– Buscar pertencimento e autonomia
– Experimentar vínculos afetivos e românticos
– Desenvolver consciência ética e relacional
A maturidade emocional não acontece de uma hora para outra.
Ela é o fruto de todas as fases anteriores bem vividas — especialmente quando o adolescente teve espaço para se expressar, errar, aprender e ser ouvido com respeito.
O papel dos pais e cuidadores: presença sem sufoco
Tanto na fase de latência quanto na genital, os filhos precisam de adultos que saibam ser guia, e não barreira.
Acolher perguntas, abrir espaço para conversa, respeitar silêncios, dar autonomia com responsabilidade — tudo isso contribui para que a criança e o adolescente possam crescer com confiança em si e no mundo.
Cuidar da infância até o fim é semear vínculos duradouros
Latência e Genital não são “apenas” fases finais.
São pontos de transição entre a criança e o adulto — momentos delicados onde a alma vai ganhando contorno, coragem e profundidade.
Pais atentos e presentes fazem toda diferença nesse percurso.
Não com perfeição, mas com disposição de escutar e caminhar junto.
Se você está passando por essas fases com seus filhos ou deseja entender melhor a si mesmo, continue acompanhando os conteúdos aqui no Eternamentes.