Você já se perguntou por que seu filho reage com tanta intensidade a algumas situações? Ou por que certos comportamentos parecem repetir um padrão emocional mais profundo? Segundo a Psicanálise, especialmente nas ideias de Sigmund Freud, a resposta pode estar nas primeiras fases da infância — momentos que, muitas vezes, passam despercebidos, mas marcam profundamente a formação da personalidade.
O que são as fases do desenvolvimento psicossexual?
Freud acreditava que desde o nascimento a criança passa por etapas que envolvem prazer, descoberta e segurança — ele chamou isso de desenvolvimento psicossexual. Apesar do nome parecer complexo, trata-se de como a criança descobre o mundo através do corpo e como o ambiente (especialmente os pais e cuidadores) responde a essas descobertas.
Essas fases são:
1. Fase Oral (0 a 1 ano)
O bebê busca prazer e segurança pela boca. A amamentação, o colo, o olhar e o toque são fundamentais para gerar confiança e vínculo.
2. Fase Anal (1 a 3 anos)
Começa a fase do controle: xixi, cocô, regras, limites. A criança aprende autonomia, mas precisa ser guiada com paciência.
3. Fase Fálica (3 a 6 anos)
Ela descobre o corpo, começa a diferenciar os sexos e forma vínculos afetivos intensos com os pais. É aqui que surge o famoso Complexo de Édipo, um marco psíquico na formação da moral e da identidade.
4. Fase de Latência (6 a 12 anos)
A energia se volta para o mundo: escola, amizades, esportes. Aqui nascem as habilidades sociais e o senso de grupo.
5. Fase Genital (adolescência)
Retorno dos impulsos, agora com maturidade emocional. O adolescente busca equilíbrio entre desejo, afeto e responsabilidade nos relacionamentos.
E por que isso importa para pais e cuidadores?
Porque cada fase é um convite ao cuidado emocional. E o modo como a criança é acolhida em cada uma delas pode influenciar:
• Sua autoestima
• A forma como ela lida com frustrações
• Seus relacionamentos futuros
• Sua capacidade de confiar em si e no outro
O que acontece quando uma fase não é bem vivida?
Nem sempre conseguimos oferecer tudo que a criança precisa — e está tudo bem. Mas entender os sinais e traços que podem surgir ajuda a agir com mais consciência.
• Crianças pouco acolhidas na fase oral podem se tornar adultos ansiosos ou carentes.
• Um desfralde rígido pode gerar perfeccionismo ou controle excessivo.
• Falta de escuta na fase fálica pode gerar insegurança ou dificuldades com figuras de autoridade.
• E a ausência de apoio nas fases finais pode afetar relações afetivas e autoestima.
A boa notícia?
Tudo isso pode ser transformado com consciência, presença e vínculo.
Você não precisa ser perfeito. Basta estar disponível — emocionalmente e com escuta ativa.
Cuidar da infância é plantar equilíbrio para o futuro.
Se você é pai, mãe ou cuidador, sua presença já faz diferença. Cada gesto de acolhimento, paciência e afeto ajuda a construir uma base emocional segura para a criança que está se formando — e, ao mesmo tempo, pode curar a sua própria criança interior.
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